Os produtos Depositário celebram o saber fazer português

Todos os nossos produtos são feitos totalmente em Portugal e resultam da procura incessante da equipa Depositário em encontrar os artesãos e as pequenas indústrias familiares que há anos perpetuam as técnicas, os materiais e as formas tradicionais portuguesas. A equipa é responsável, sempre que possível, pelo desenho dos produtos. Se tal não for exequível, trabalha em conjunto com o artesão ou o produtor no sentido de alcançar o resultado formal e funcional pretendido. Alguns dos produtos poderão sofrer poucas ou nenhumas alterações face à sua já depuração estética e simplicidade formal original, caraterísticas que a marca Depositário celebra e que aplica quando reinterpreta produtos com tradição em Portugal.

Celebram a história da cerâmica em Portugal

A cerâmica portuguesa tem as suas raízes nas culturas megalíticas que ocuparam a Península Ibérica. De carácter popular e utilitário, encontramos vestígios de antepassados fenícios, romanos, árabes, visigodos e celtas. Com a expansão marítima portuguesa levada a cabo nos séc. XV e XVI, a cerâmica ganhou sofisticação com a introdução da porcelana, resultante do comércio efetuado com a China e a Índia. Foi ainda durante o séc. XVI que uma original tipologia de cerâmica em terracota começou a ser produzida por influência andaluza: a cerâmica “malegueira”, marcada por manchas brancas e formas essenciais utilitárias. A arte portuguesa sofreu enorme influência por parte da cultura asiática, tendo a cerâmica nacional, a partir da segunda metade do séc. XVII, incorporado motivos chineses na sua decoração, dando origem a peças grandemente valorizadas pelas casas nobres e ricas de Portugal e a um período de grande prosperidade. Após o terramoto de 1755 e a reconstrução de Lisboa, a história da cerâmica teve um novo impulso, marcado pela abertura de fábricas de porcelana, que desde então dão fama ao nome de Portugal. No final do séc. XIX, a policromia tomou conta da decoração e várias foram as fábricas que utilizaram estampilhas para decorar os bordos de pratos, complementando-os com um tema central original.
Os nossos produtos de porcelana são feitos artesanalmente por uma ceramista que, a partir de Almeirim, desenvolve projetos sobre cerâmica feita à mão, inspiração na natureza, contemplação e silêncio. Alguns são feitos com porcelana em pasta e outros com porcelana líquida, que é vertida para moldes de gesso feitos à mão. Todas as peças vão ao forno três vezes e é durante este longo processo que as suas irregularidades ganham corpo, tornando-as distintas entre si e revelando a beleza do material. As nossas peças de faiança são produzidas em Ílhavo, onde um número restrito de artesãos e artesãs dá continuidade à reprodução de padrões e cores tradicionais portuguesas que há muito desapareceram do nosso ambiente familiar e que regressam agora às nossas mesas e aos nossos corações.

É em São Pedro do Corval, o grande centro oleiro da Península Ibérica, que os nossos objetos utilitários de barro ganham vida pelas mãos de um artesão oleiro que perpetua o ofício que sempre foi de família. Todos os dias, o seu saber-fazer integral e o seu respeito pelo processo manual dão continuidade à tradição e pontuam de simplicidade as nossas refeições.

Celebram a tradição da indústria de torneados de madeira nacional

Com origem em Pernes, os produtos de madeira Depositário são reflexo da história industrial de torneados de madeira do alto do Ribatejo, subsidiada pelo Marquês de Pombal e introduzida no séc. XVIII pelo italiano Pedro Schiappa Pietra, que aí instalou uma indústria de serralharia para a qual era necessária a produção de cabos. No seu início, limitou-se ao fabrico de limas, enxadas, pás e verrumas, mas na segunda metade do séc. XX atingiu o seu apogeu com uma forte indústria de torneados, exportando para todo o mundo. Os nossos objetos são produzidos e personalizados nesta localidade, por uma pequena indústria onde trabalham cerca de dez profissionais e que dá continuidade a uma longa tradição de seis gerações. Procuramos deste modo contribuir para a recuperação desta antiga tradição industrial nacional e para a distinção da secular profissão de torneiro.

Celebram a perseverança da tecelagem artesanal

A antiga tradição da tecelagem em linho encontra-se hoje confinada a pequenas regiões do País, onde os delicados trabalhos efetuados em teares manuais têm vindo a celebrar a sua perseverança a muito custo.
Os produtos em linho da Depositário têm origem no concelho de Ribeira de Pena, nomeadamente nas suas localidades Cerva e Limões, onde as arcas centenárias sempre guardaram com amor as toalhas de mesa, lençóis e colchas saídas das mãos habilidosas das artesãs. São famosos os linhos rifados e os chamados manteses, bordados com relevo, que continuam a ser tecidos em teares rústicos, alguns com mais de 200 anos.